sábado, 9 de agosto de 2025

Espanha abandona compra dos F-35 e reforça aposta na indústria militar europeia

 


O governo espanhol decidiu suspender indefinidamente a negociação para adquirir os caças F-35 da americana Lockheed Martin, optando por concentrar os seus investimentos em alternativas europeias — uma escolha com profundas implicações estratégicas, políticas e industriais. 

Contexto da decisão

Fim dos F-35: O Ministério da Defesa suspendeu todos os contactos com os EUA para a compra das variantes F-35A (Força Aérea) e F-35B (apta para o porta-aviões), cancelando planos que chegavam a contemplar 45-50 unidades do tipo A e 12-15 do tipo B, num orçamento inicial de cerca de €6,25 mil milhões. 

Investimento europeu: Através de um plano de aumento da despesa militar em mais de €10,5 mil milhões, o governo garantiu que 85-87 % dos recursos se destinarão à indústria de defesa europeia, penalizando assim a aquisição dos F-35 

Alternativas propostas

Eurofighter Typhoon: Já em operação na Força Aérea, com fábricas em Getafe e participação industrial significativa (14 % da produção localizada em Espanha)

FCAS (Future Combat Air System): Programa futurista conjunto com França e Alemanha para um caça de sexta geração com sistemas integrados, stealth e drones acompanhantes (loating munitions). Previsto para entrar em operação por volta de 2040

Outras plataformas europeias como o Rafale francês, o Gripen sueco ou os projetos Tempest/GCAP também são considerados. 

Consequências estratégicas e desafios

Para a Marinha: Os Harrier AV-8B serão retirados até 2030, mas sem substituto seguran te atualmente, pois o F-35B, que permitia operações no porta-aviões Juan Carlos I, foi descartado, criando um potencial vazio operacional naval

Para a Força Aérea: A aposta recai no Eurofighter para manter capacidades enquanto o FCAS amadurece. Contudo, o FCAS ainda enfrenta atrasos e disputas sobre partilha industrial. 

Motivações políticas e geoestratégicas

Autonomia estratégica: O governo espanhol vincou a importância de investir na indústria nacional e europeia em detrimento de soluções externas — uma resposta direta ao aumento da pressão dos EUA para elevar os gastos militares para 5 % do PIB, algo que Espanha rejeitou.

Tensões com os EUA e contexto europeu: A decisão ocorre num contexto de crescente desconfiança entre aliados europeus em relação à política dos EUA, especialmente sob Trump, que também criticou publicamente a Espanha por não elevar os gastos militares.

Fiquem bem, Jorge Ruivo












 


O governo espanhol decidiu suspender indefinidamente a negociação para adquirir os caças F-35 da americana Lockheed Martin, optando por concentrar os seus investimentos em alternativas europeias — uma escolha com profundas implicações estratégicas, políticas e industriais. 

Contexto da decisão

Fim dos F-35: O Ministério da Defesa suspendeu todos os contactos com os EUA para a compra das variantes F-35A (Força Aérea) e F-35B (apta para o porta-aviões), cancelando planos que chegavam a contemplar 45-50 unidades do tipo A e 12-15 do tipo B, num orçamento inicial de cerca de €6,25 mil milhões. 

Investimento europeu: Através de um plano de aumento da despesa militar em mais de €10,5 mil milhões, o governo garantiu que 85-87 % dos recursos se destinarão à indústria de defesa europeia, penalizando assim a aquisição dos F-35 

Alternativas propostas

Eurofighter Typhoon: Já em operação na Força Aérea, com fábricas em Getafe e participação industrial significativa (14 % da produção localizada em Espanha)

FCAS (Future Combat Air System): Programa futurista conjunto com França e Alemanha para um caça de sexta geração com sistemas integrados, stealth e drones acompanhantes (loating munitions). Previsto para entrar em operação por volta de 2040

Outras plataformas europeias como o Rafale francês, o Gripen sueco ou os projetos Tempest/GCAP também são considerados. 

Consequências estratégicas e desafios

Para a Marinha: Os Harrier AV-8B serão retirados até 2030, mas sem substituto seguran te atualmente, pois o F-35B, que permitia operações no porta-aviões Juan Carlos I, foi descartado, criando um potencial vazio operacional naval

Para a Força Aérea: A aposta recai no Eurofighter para manter capacidades enquanto o FCAS amadurece. Contudo, o FCAS ainda enfrenta atrasos e disputas sobre partilha industrial. 

Motivações políticas e geoestratégicas

Autonomia estratégica: O governo espanhol vincou a importância de investir na indústria nacional e europeia em detrimento de soluções externas — uma resposta direta ao aumento da pressão dos EUA para elevar os gastos militares para 5 % do PIB, algo que Espanha rejeitou.

Tensões com os EUA e contexto europeu: A decisão ocorre num contexto de crescente desconfiança entre aliados europeus em relação à política dos EUA, especialmente sob Trump, que também criticou publicamente a Espanha por não elevar os gastos militares.

Fiquem bem, Jorge Ruivo












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