Portugal poderá vir a dar um passo decisivo na modernização
da sua aviação de combate. A assinatura de um Memorando de Entendimento
(MoU) entre a Airbus Defence & Space e o AED Cluster Portugal
marca o início de uma possível cooperação industrial ligada ao Eurofighter
Typhoon Tranche 4, o caça europeu mais avançado da atualidade. O
entendimento surge no contexto da futura substituição dos F-16 MLU da
Força Aérea Portuguesa, em operação há mais de três décadas.
Desenvolvido por um consórcio que reúne Reino Unido,
Alemanha, Itália e Espanha, o Eurofighter Typhoon é hoje a espinha dorsal
da defesa aérea europeia. A nova Tranche 4 eleva o padrão tecnológico da
plataforma, com melhorias profundas em radar, aviônica, guerra eletrónica e
conectividade.
O avião é impulsionado por dois motores Eurojet EJ200,
com empuxo total de 180 kN, permitindo atingir velocidades superiores a Mach
2 e manobras extremas. A fuselagem, construída com materiais compósitos,
garante leveza e robustez. O radar AESA Captor-E oferece um campo de
visão de mais de 200 graus e capacidade para rastrear múltiplos alvos,
assegurando superioridade situacional.
O cockpit incorpora tecnologia de ponta: Large Area
Display, comandos HOTAS e integração por voz. O sistema DASS
(Defensive Aids Sub-System) combina sensores e contramedidas automáticas,
reforçando a proteção do piloto em ambientes de alta ameaça.
O Typhoon é um verdadeiro multirole fighter, capaz de
alternar entre missões ar-ar e ar-solo. Transporta mísseis MBDA Meteor, AMRAAM
e IRIS-T, bem como bombas guiadas Paveway IV e mísseis Storm
Shadow/SCALP. Estas capacidades, aliadas à arquitetura aberta, asseguram a
sua relevância operacional até meados do século XXI.
O memorando com a Airbus representa uma aproximação
estratégica de Portugal ao ecossistema europeu de defesa. Além da vertente
operacional, o país poderá beneficiar de oportunidades industriais e
tecnológicas, integrando-se na cadeia de fornecimento do programa Typhoon e
reforçando a autonomia estratégica europeia.
Mais do que um avião, o Typhoon Tranche 4 simboliza a
capacidade da Europa de conceber e operar um sistema de combate de classe
mundial. A eventual adesão de Portugal poderá não só garantir superioridade
aérea para as próximas décadas, mas também consolidar o papel da indústria
nacional no panorama europeu da defesa.










































