quinta-feira, 30 de outubro de 2025

Portugal aproxima-se do caça europeu de nova geração - Eurofighter Typhoon

 

Portugal poderá vir a dar um passo decisivo na modernização da sua aviação de combate. A assinatura de um Memorando de Entendimento (MoU) entre a Airbus Defence & Space e o AED Cluster Portugal marca o início de uma possível cooperação industrial ligada ao Eurofighter Typhoon Tranche 4, o caça europeu mais avançado da atualidade. O entendimento surge no contexto da futura substituição dos F-16 MLU da Força Aérea Portuguesa, em operação há mais de três décadas.

Desenvolvido por um consórcio que reúne Reino Unido, Alemanha, Itália e Espanha, o Eurofighter Typhoon é hoje a espinha dorsal da defesa aérea europeia. A nova Tranche 4 eleva o padrão tecnológico da plataforma, com melhorias profundas em radar, aviônica, guerra eletrónica e conectividade.

O avião é impulsionado por dois motores Eurojet EJ200, com empuxo total de 180 kN, permitindo atingir velocidades superiores a Mach 2 e manobras extremas. A fuselagem, construída com materiais compósitos, garante leveza e robustez. O radar AESA Captor-E oferece um campo de visão de mais de 200 graus e capacidade para rastrear múltiplos alvos, assegurando superioridade situacional.

O cockpit incorpora tecnologia de ponta: Large Area Display, comandos HOTAS e integração por voz. O sistema DASS (Defensive Aids Sub-System) combina sensores e contramedidas automáticas, reforçando a proteção do piloto em ambientes de alta ameaça.

O Typhoon é um verdadeiro multirole fighter, capaz de alternar entre missões ar-ar e ar-solo. Transporta mísseis MBDA Meteor, AMRAAM e IRIS-T, bem como bombas guiadas Paveway IV e mísseis Storm Shadow/SCALP. Estas capacidades, aliadas à arquitetura aberta, asseguram a sua relevância operacional até meados do século XXI.

O memorando com a Airbus representa uma aproximação estratégica de Portugal ao ecossistema europeu de defesa. Além da vertente operacional, o país poderá beneficiar de oportunidades industriais e tecnológicas, integrando-se na cadeia de fornecimento do programa Typhoon e reforçando a autonomia estratégica europeia.

Mais do que um avião, o Typhoon Tranche 4 simboliza a capacidade da Europa de conceber e operar um sistema de combate de classe mundial. A eventual adesão de Portugal poderá não só garantir superioridade aérea para as próximas décadas, mas também consolidar o papel da indústria nacional no panorama europeu da defesa.













quarta-feira, 29 de outubro de 2025

Esquadra 551 conclui destacamento internacional na Áustria

 


A Esquadra 551 “Panteras” terminou no dia 24 de outubro o seu primeiro destacamento internacional, após duas intensas semanas de treino conjunto com a Força Aérea Austríaca, realizado na Base Aérea de Tulln, entre 13 e 24 de outubro.

Durante este período, as tripulações portuguesas acumularam um total de 61 horas de voo, distribuídas entre 31 horas de treino com os helicópteros UH-60 Black Hawk nacionais, 12 horas de exercícios realizados em aeronaves austríacas do mesmo tipo, com a presença de militares portugueses a bordo, e 18 horas correspondentes às fases de projeção e retração da missão.

As atividades desenvolvidas incluíram operações de combate a incêndios rurais, voo em ambiente montanhoso e exercícios com carga suspensa, permitindo às equipas aperfeiçoar técnicas e consolidar procedimentos operacionais. Este intercâmbio revelou-se uma oportunidade valiosa para a partilha de experiências e o reforço da interoperabilidade entre as duas forças aéreas, contribuindo diretamente para a melhoria da capacidade de resposta em território nacional.

O destacamento contou com dois helicópteros UH-60 Black Hawk e um contingente de 26 militares, que operaram a partir da base austríaca ao longo das duas semanas de treino.

Este exercício marca um passo significativo no processo de aprontamento operacional dos UH-60 Black Hawk da Força Aérea Portuguesa, representando um marco importante na preparação da nova capacidade de combate a incêndios rurais, atualmente em desenvolvimento.

Fonte e Fotos: FAP


















sábado, 25 de outubro de 2025

F-16 regressam a Monte Real após participação no Ocean Sky 2025

 

Os F-16AM da Força Aérea Portuguesa regressaram ontem, 24 de outubro de 2025, à Base Aérea n.º 5 em Monte Real, após concluírem a sua participação no exercício Ocean Sky 2025, realizado nas Ilhas Canárias. O destacamento português integrou-se num amplo dispositivo multinacional coordenado pelo Ejército del Aire y del Espacio, focado no treino de combate aéreo, defesa aérea e missões BVR (Beyond Visual Range).

A presença nacional foi composta por cinco F-16M e 57 militares, que passaram cerca de duas semanas a executar missões de treino com forças aliadas, incluindo DACT (Dissimilar Air Combat Training) e exercícios de interoperabilidade tática. Esta deslocação permitiu às tripulações portuguesas consolidar procedimentos de combate ar-ar e reforçar a capacidade de cooperação com parceiros da NATO.

Para a Força Aérea Portuguesa, este exercício representou mais uma oportunidade para manter a prontidão operacional dos seus F-16M e reforçar o trabalho conjunto com os seus parceiros europeus e aliados da NATO. O Ocean Sky simboliza o compromisso com a excelência operacional e a cooperação entre nações, demonstrando que a defesa do céu europeu é uma responsabilidade partilhada. Fiquem bem, Jorge Ruivo.














sábado, 18 de outubro de 2025

Força Aérea Portuguesa no Ocean Sky 2025

 


O Ocean Sky 2025 vai decorrer entre 17 e 31 de outubro de 2025, na zona aérea do arquipélago das Canárias, com base principal na Base Aérea de Gando, em Gran Canária.

Este exercício anual, organizado pelo Ejército del Aire y del Espacio de Espanha, tem como objetivo principal o treino avançado de combate ar-ar, interoperabilidade entre forças aéreas de vários países aliados da NATO e a utilização de um amplo espaço aéreo — no âmbito das Canárias, vantajoso por permitir operações desde cotas muito baixas até altitudes elevadas e uma boa flexibilidade de voo.

A Força Aérea Portuguesa participa em Ocean Sky 2025 com destacamento de F-16AM/BM Fighting Falcon (15144, 15105, 15106, 15110 e 15113), continuando a tradição de enviar caças F-16 para exercícios multinacionais no sul da Europa. A participação portuguesa foi suportada pelas Esquadra 501 (C-130H) e Esquadra 506 (C-390), terá como objectivos operacionais entre outros, o treino de combate ar-ar em ambiente multinacional, prática de DACT com plataformas NATO/aliadas, integração em missões tipo COMAO/escort e reforço da capacidade de projeção da FAP em teatros externos.

A escolha desta localização estratégica — no flanco sul da Europa, próximo do Atlântico — permite simular cenários exigentes e realistas, envolvendo unidades de caça, reabastecimento aéreo, escoltas, vigilância do espaço aéreo e defesa integrada. Por exemplo, trata-se de um ambiente ideal para que os pilotos treinem interceptações e combates dissimilares (DACT — dissimilar air combat training) face a adversários equipados com plataformas variadas.

Durante o exercício, estão definidas áreas reservadas de voo (FIR/UIR Canárias) para permitir a realização de missões de combate aéreo, treino tático e transição entre diferentes perfis de missão — e essas áreas estão detalhadas no NOTAM 170/25, de 17 de outubro de 2025.

Em suma, o Ocean Sky 2025 representa uma oportunidade significativa para que as forças aéreas participantes verifiquem e melhorem os seus processos de missão, tática, apoio logístico e coordenação multinacional – elemento cada vez mais relevante no contexto da NATO e da Defesa.




















quinta-feira, 16 de outubro de 2025

Na rota dos Alpes: a primeira missão internacional dos “Panteras”

 

Desde o passado dia 11 de outubro, a Esquadra 551 – “Panteras” da Força Aérea Portuguesa encontra-se destacada na Áustria para participar num treino conjunto com a Força Aérea Austríaca. Esta deslocação, a primeira de caráter internacional realizada pela Esquadra, representa um marco importante no percurso operacional dos “Panteras” e insere-se no processo de preparação para as futuras missões de combate a incêndios rurais com os novos helicópteros UH-60 Black Hawk — uma capacidade que a Força Aérea se encontra atualmente a desenvolver.

O destacamento opera a partir da Base Aérea de Tulln, levando consigo dois helicópteros UH-60 Black Hawk, com os números de cauda 29803 e 29804, e um contingente de 26 militares. Ao longo de duas semanas de treino, entre 13 e 24 de outubro, estão previstas diversas fases de instrução: na primeira semana, o foco recai sobre o combate a incêndios rurais, enquanto a segunda semana é dedicada às operações em ambiente montanhoso e às missões com carga suspensa.

A projeção dos meios para território austríaco decorreu entre 11 e 12 de outubro, a partir da Base Aérea N.º 8, em Ovar. O transporte estratégico de pessoal e material, bem como o apoio logístico ao destacamento, foram assegurados por um avião C-295M da Esquadra 502 – “Elefantes”, garantindo o início atempado desta importante missão de cooperação internacional.

Mais do que um simples exercício técnico, esta missão tem como principal objetivo a troca de experiências e o reforço das competências das tripulações, procurando adaptar as táticas e procedimentos ao contexto operacional português. O contacto com um cenário geográfico distinto e com uma força aérea parceira constitui uma oportunidade valiosa de aprendizagem e consolidação de conhecimentos.

Ao longo destas duas semanas de treino, a Esquadra 551 escreve mais uma página na sua história. Um exercício que transcende fronteiras e que simboliza o espírito de evolução e cooperação que caracteriza a Força Aérea Portuguesa.

Fonte e Foto: FAP

















segunda-feira, 13 de outubro de 2025

Chegada a Ovar de mais um UH-60L Black Hawk transportado pelo KC-390

 


A Base Aérea n.º 8 (BA8), em Ovar, recebeu recentemente mais um helicóptero UH-60L Black Hawk, reforçando a frota de asas rotativas da Força Aérea Portuguesa (FAP) dedicada a missões de combate a incêndios rurais, transporte táctico e apoio às forças terrestres. A aeronave, destinada à Esquadra 551 – “Panteras”, foi transportada desde os Estados Unidos a bordo de um KC-390, numa operação logística inteiramente conduzida por meios nacionais.

A missão representou mais uma demonstração da crescente maturidade operacional do KC-390, que tem vindo a consolidar-se como o principal vetor de transporte estratégico da FAP. O voo de transporte partiu dos Estados Unidos, após o helicóptero ser preparado e configurado para o embarque no interior do compartimento de carga do KC-390. A origem da missão situou-se no estado do Alabama, sendo apontadas as cidades de Dothan e Huntsville como potenciais pontos de partida, ambas com infraestruturas de manutenção e conversão de aeronaves UH-60.

Durante o percurso transatlântico, a aeronave de transporte realizou uma escala técnica em Rhode Island antes de prosseguir para Portugal. O trajeto incluiu uma paragem logística na Base Aérea n.º 4, nas Lajes (Açores), etapa habitual nas missões intercontinentais da Força Aérea, onde foram efectuadas operações de reabastecimento e verificações de sistema. A última perna do voo decorreu até Ovar, onde o helicóptero foi descarregado e transferido para o hangar de manutenção da Esquadra 551.

O UH-60L Black Hawk recebido apresenta melhorias significativas face a versões anteriores, nomeadamente através da integração de motores T700-GE-701C e de uma caixa de transmissão reforçada, que conferem maior potência disponível e melhor desempenho em operações de elevada exigência térmica e altitudinal. A versão “Lima” distingue-se ainda por uma estrutura mais leve e um sistema eléctrico modernizado, oferecendo maior fiabilidade e reduzindo custos de manutenção ao longo do ciclo de vida.

Configurado para missões multifunção, o Black Hawk português pode transportar até doze operacionais equipados, realizar evacuações médicas com macas e sistemas de suporte vital, e executar missões de combate a incêndios utilizando equipamento externo de largada de água com capacidade aproximada de 2.950 litros. A sua robustez, aliada à facilidade de manutenção e elevada disponibilidade operacional, torna-o particularmente adequado às exigências do teatro nacional, incluindo missões em ambientes de elevada temperatura, terrenos montanhosos e operações marítimas.

A utilização do KC-390 nesta missão logística ilustra as capacidades de transporte estratégico e de apoio interteatral da aeronave, bem como a crescente autonomia da Força Aérea Portuguesa na projeção e sustentação de meios próprios. A integração entre os dois vetores – o Black Hawk como helicóptero tático de média capacidade e o KC-390 como plataforma de transporte multimissão – representa um avanço significativo na operacionalidade conjunta e na capacidade de resposta nacional a cenários de crise, tanto no território continental como nos arquipélagos.

Com esta nova entrega, a FAP continua o processo de consolidação da sua frota de UH-60, que será progressivamente expandida nos próximos anos. A presença destes helicópteros em Ovar reforça o papel da Base Aérea n.º 8 como polo essencial das operações de asas rotativas, enquanto o KC-390 reafirma a sua versatilidade em missões que vão desde o transporte logístico e lançamento de cargas até à evacuação médica e reabastecimento aéreo.

A chegada deste UH-60L a território nacional simboliza mais do que uma mera entrega de material: é o reflexo de uma Força Aérea em evolução tecnológica, operacional e logística, preparada para responder com eficácia e autonomia aos desafios das próximas décadas.

Fonte e Fotos: FAP















quinta-feira, 9 de outubro de 2025

Transporte para Portugal do primeiro UH-60L Black Hawk já em curso

 


A Força Aérea Portuguesa procedeu recentemente à aceitação provisória do primeiro helicóptero UH-60L Black Hawk, o primeiro de três exemplares desta versão encomendados à empresa norte-americana Ace Aeronautics, sediada em Guntersville, Alabama. Este marco assinala um novo avanço no processo de modernização e reforço das capacidades de asa rotativa ao serviço da Força Aérea e do Estado português.

O helicóptero, após a conclusão com sucesso das inspeções e ensaios de aceitação, iniciou o seu transporte para Portugal a bordo de um KC-390 da Força Aérea Portuguesa, operação que está atualmente em curso. O voo logístico entre os Estados Unidos e Portugal constitui mais uma demonstração da versatilidade e da autonomia proporcionadas pelo KC-390, que permite à Força Aérea assegurar internamente o transporte de meios pesados e estratégicos, como os próprios helicópteros Black Hawk, reduzindo tempos e custos operacionais.

O UH-60L é uma versão mais moderna e robusta do consagrado Black Hawk, equipada com motores General Electric T700-GE-701C, que garantem um desempenho superior e maior fiabilidade em condições exigentes. O cockpit digital ACE Flight Deck, com aviónicos de última geração, proporciona às tripulações uma consciência situacional mais elevada, simplificando a gestão de voo e aumentando a segurança operacional. A aeronave integra ainda guincho de salvamento, gancho de carga externa, radar meteorológico e compatibilidade com sistemas de combate a incêndios do tipo Bambi Bucket, tornando-a particularmente apta às missões de apoio à Proteção Civil.

O contrato relativo a estas três aeronaves foi assinado em 2024 e complementa a frota de UH-60A Black Hawk já adquirida anteriormente, dos quais quatro exemplares se encontram operacionais. A introdução dos UH-60L elevará para nove o número total de helicópteros Black Hawk ao serviço da Força Aérea Portuguesa, constituindo um salto qualitativo e quantitativo nas capacidades de resposta aérea. Financiado através do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), o programa de aquisição e modernização dos Black Hawk enquadra-se na estratégia nacional de reforço do combate aéreo a incêndios rurais e na consolidação da Força Aérea como entidade responsável por esta missão desde 2018.

Após a chegada ao território nacional, prevista para os próximos dias, o UH-60L será descarregado na Base Aérea n.º 8, em Ovar, onde decorrerá o processo de montagem final, inspeções técnicas e ensaios em solo e voo. Seguir-se-á um período de formação e treino operacional destinado a pilotos, tripulações e equipas de manutenção, conduzido pela Esquadra 551 “Panteras”, unidade responsável pela operação dos helicópteros Black Hawk.

A integração dos UH-60L representa um importante passo no aumento da prontidão e da capacidade de resposta da Força Aérea em missões de interesse público, incluindo combate a incêndios, busca e salvamento, evacuação médica, transporte tático e apoio humanitário. A robustez, a fiabilidade e a polivalência destas aeronaves conferem à FAP uma ferramenta de grande valor estratégico, capaz de operar eficazmente em diferentes cenários, tanto em território nacional como em missões de cooperação internacional.

A aceitação e transporte deste primeiro UH-60L sublinham, assim, o compromisso da Força Aérea Portuguesa com a modernização dos seus meios e com a melhoria contínua das suas capacidades operacionais. O reforço da frota Black Hawk, aliado à capacidade expedicionária do KC-390, demonstra uma Força Aérea mais autónoma, moderna e preparada para servir Portugal.

Fonte e Fotos: Ace Aeronautics




















quarta-feira, 8 de outubro de 2025

KC-390 da FAP na cerimonia de aquisição destas aeronaves para a Suécia

 


A presença do KC-390 da Força Aérea Portuguesa na Suécia marcou um momento significativo durante a cerimônia de assinatura para a aquisição de quatro novas aeronaves de transporte Embraer C-390 pelas Forças Armadas suecas. Realizada na base aérea de Uppsala, a cerimônia contou com representantes das Forças Aéreas Portuguesa e Sueca, demonstrando o papel de Portugal como operador internacional do KC-390 e a importância do intercâmbio entre as nações.

Detalhes da cerimônia e aquisição

Durante o evento oficial, foi assinada a documentação que formaliza a encomenda das quatro aeronaves C-390, confirmando a escolha da Suécia por este modelo tecnológico e versátil. O KC-390 da Força Aérea Portuguesa esteve presente em solo sueco, simbolizando a colaboração entre Portugal e Suécia na área da aviação militar.

Entrega das aeronaves e cooperação internacional

O primeiro avião sueco Embraer C-390 deverá chegar à Suécia no final de 2027, integrando-se gradativamente à Força Aérea local e fortalecendo as capacidades operacionais do país. A participação portuguesa na cerimônia ressalta o reconhecimento internacional do KC-390 enquanto aeronave de transporte tático e estratégico, reforçando laços multilaterais e promovendo a troca de conhecimentos entre operadores europeus.

Fonte e fotos: Försvarsmakten





























sábado, 4 de outubro de 2025

Esquadra 201 Falcões celebra 67 anos

 



A Esquadra 201 “Falcões” celebra hoje 67 anos de história ao serviço da Força Aérea Portuguesa, afirmando-se como uma das mais prestigiadas unidades de aviação de caça nacional.

Com o lema "Guerra ou Paz Tanto Nos Faz" e o símbolo do Falcão Peregrino, nasce a Esquadra 50 tendo como primeiro comandante o Capitão Moura Pinto, decorria o ano de 1958. Em setembro desse mesmo ano é feito o primeiro voo de um piloto português no F-86F que foi a primeira aeronave a equipar a esquadra e nessa altura já tinha sido alterada para Esquadra 51. Uns dias depois é ultrapassada a barreira do som pelo mesmo piloto, pela primeira vez em Portugal. Apesar de fundada a 4 de fevereiro de 1958 como Esquadra 50 “Falcões”, o 4 de Outubro passou a ser comemorado como o dia dos Falcões.

Ao longo das últimas décadas, a Esquadra 201 esteve na linha da frente da defesa aérea de Portugal, sucedendo sucessivamente como Esquadra 51 e, após reorganizações internas, consolidando a designação Esquadra 201 a partir de 1978. Desde os tempos iniciais com o F-86F Sabre — sendo os primeiros a quebrar a barreira do som em Portugal — até à operação dos A-7P Corsair II e, desde 1994, dos modernos F-16 Fighting Falcon, os Falcões acompanharam a evolução tecnológica da Força Aérea, acumulando dezenas de milhares de horas de voo e participações em missões históricas como a “Operação Atlas”, o policiamento aéreo da NATO nos Bálticos, Islândia e Europa de Leste, e cooperação internacional de alto nível.

No dia 4 de outubro de 1993, com a aquisição dos F-16 A/B a Força Aérea Portuguesa decide renomear os Falcões como Esquadra 201, voltando à nomenclatura original relacionada com a missão de Defesa Aérea.

Hoje, sediada na Base Aérea nº5 em Monte Real, a Esquadra 201 mantém-se como unidade referência, estando equipada com F-16AM/BM MLU e assegurando uma prontidão permanente para a defesa do espaço aéreo nacional, intervenções de alta visibilidade, e participação em exercícios e destacamentos internacionais.

O legado dos Falcões é feito de profissionalismo, competência e dedicação, inspirando sucessivas gerações de militares e consolidando o orgulho nacional na vanguarda da aviação de combate em Portugal. Guerra ou Paz, Tanto Nos Faz — Falcões, há 67 anos a servir Portugal com honra e excelência.





















A Base Aérea 5 de Monte Real comemora 66 anos

 


A Base Aérea nº5, sediada em Monte Real, celebra hoje 66 anos de existência, destacando-se como um dos pilares da aviação de caça e defesa aérea em Portugal. Desde a sua fundação, a unidade foi responsável por importantes marcos operacionais e pela evolução da aviação de combate da Força Aérea Portuguesa.


História

A origem da Base Aérea nº5 remonta ao tempo em que o Aeroclube de Leiria utilizava o terreno entre 1938 e 1941, dando posteriormente lugar a um aeródromo militar. Oficialmente inaugurada a 4 de outubro de 1959, a BA5 foi criada com o objetivo estratégico de garantir a defesa aérea, sendo construída num local central do país para permitir uma resposta rápida a quaisquer ameaças. Ao longo da sua história, a base recebeu distintos reconhecimentos institucionais e foi palco de missões nacionais e internacionais ligadas à defesa e preparação operacional.


Esquadras de voo

A BA5 foi originalmente equipada com duas esquadras, a 51 “Falcões” e a 52 “Galos”, ambas operando F-86F Sabre. Atualmente, acolhe duas das principais esquadras de caça da Força Aérea Portuguesa:

  • Esquadra 201 “Falcões”: Opera atualmente o F-16AM/BM Fighting Falcon, com missão principal de defesa aérea e atribuições secundárias em apoio e interdição aérea.
  • Esquadra 301 “Jaguares”: Transferida em 2005 da Base Aérea nº11, também opera o F-16AM/BM, com capacidades em missões defensivas, ofensivas e anti-superfície.


Anteriormente, a base acolheu outras esquadras, como a Esquadra 52 “Galos” (desativada em 1961), a Esquadra 103 “Caracóis” (treino), Esquadra 302 e Esquadra 304, bem como outros núcleos operacionais temporários relacionados com conversão e formação.

  • F-86F Sabre – Introduzidos em 1959 como primeira linha de caça.
  • Fiat G.91 – Operacional entre 1966 e 1973, especialmente para treino de pilotos.
  • T-33A e T-38 Talon – Usados para instrução complementar e avançada nos anos 70.
  • A-7P Corsair II – Principal vetor de ataque entre 1981 e 1999.
  • F-16A/B OCU e F-16AM/BM MLU – Introduzidos a partir de 1994 e, desde 2003, modernizados com Mid Life Update, são atualmente a principal aeronave da base e da aviação de caça nacional.

Atualmente, a BA5 mantém-se como o núcleo da aviação de caça da Força Aérea Portuguesa, operando uma frota de cerca de 30 F-16AM/BM pelas esquadras 201 e 301, garantindo a soberania e defesa do espaço aéreo nacional. Aproveitando esta data importante na vida da Base da Aviação de Caça, comemora-se também o aniversário da Esquadra 201 Falcões que fazem este ano 67.

A Base Aérea nº5 continua, assim, a escrever a sua história, mantendo viva a tradição, profissionalismo e dedicação daqueles que ao longo de 66 anos serviram e continuam a servir Portugal a partir de Monte Real.







































sexta-feira, 3 de outubro de 2025

Primeiro UH-60L Black Hawk entra em fase de aceitação provisória

 


Foi formalmente aceite, em regime de aceitação provisória, o primeiro helicóptero UH-60L Black Hawk, marco que assinala o arranque de uma nova etapa na modernização da frota de asas rotativas.

O processo de aceitação provisória inclui a verificação técnica e documental da aeronave, bem como a realização de voos de ensaio e inspeções detalhadas, garantindo que o helicóptero cumpre os requisitos definidos no contrato. Apenas após a conclusão desta fase será emitida a aceitação definitiva.

Reconhecido pela sua robustez e versatilidade, o Black Hawk vem reforçar a capacidade de resposta em missões tão diversas como transporte aéreo tático, evacuação médica, apoio a operações especiais, combate a incêndios florestais e busca e salvamento.

A entrega deste primeiro exemplar simboliza o esforço conjunto entre as entidades envolvidas no projeto, abrindo caminho para a integração gradual da nova frota e para a adaptação das tripulações, em direção à plena capacidade operacional.

Fonte e Foto: FAP



















Troféus do Tiger Meet 2025

 


O NATO Tiger Meet 2025 trouxe à Base Aérea n.º 11, em Beja, duas semanas de treino intensivo, camaradagem e celebração do espírito “tigre”. Além das missões aéreas conjuntas e dos dias abertos ao público, o encontro culminou com a habitual cerimónia de entrega de prémios, onde se distinguiram os esquadrões que mais se destacaram em diferentes dimensões do exercício.


O prestigiado Silver Tiger

O troféu mais cobiçado do Tiger Meet é o Silver Tiger, entregue este ano à Staffel 11, da Força Aérea Suíça. Esta distinção não avalia apenas a performance operacional, mas também a dedicação, a cooperação e o espírito de equipa demonstrados ao longo do evento. É, por isso, considerado o prémio máximo, o verdadeiro símbolo do que significa pertencer à comunidade “tigre”.

Espírito e camaradagem

O Special Tiger Spirit Award foi atribuído à 6 ELT, da Força Aérea Polaca. Este prémio sublinha o entusiasmo, a hospitalidade e a participação ativa, qualidades que definem a essência do encontro. A mesma unidade recebeu também o troféu de Best Uniform, reconhecimento pela criatividade e impacto visual na apresentação do seu fardamento.

Desempenho operacional e aeronaves

No plano operacional, o destaque foi para o esquadrão alemão TaktLwG 51, distinguido com o prémio Best OPS pela sua excelência durante as missões de voo. Já o troféu Best Tiger Aircraft ficou em casa: a Esquadra 301, da Força Aérea Portuguesa, foi galardoada pela pintura e apresentação da sua aeronave, um prémio de grande simbolismo para os anfitriões do encontro.

Criatividade e espírito de equipa

Além do rigor operacional, o Tiger Meet valoriza também a imaginação e o convívio entre esquadrões. O 12° Gruppo, da Força Aérea Italiana, conquistou o troféu Best Skit pela melhor encenação apresentada durante o evento. Por sua vez, a 2. Staffel, da Força Aérea Austríaca, venceu os Tiger Games, atividades recreativas que testam a união e a boa disposição das equipas.


Um encontro para além dos céus

O Tiger Meet não se resume a missões e prémios. É um espaço onde diferentes forças aéreas reforçam laços, partilham experiências e consolidam a confiança mútua. Os troféus entregues em Beja representam mais do que distinções individuais: são o reflexo de um espírito coletivo que valoriza a cooperação, a excelência operacional e a tradição de um dos exercícios mais emblemáticos da NATO.

Por fim e a também esperada revelação onde é que o Tigermeet se vai realizar no próximo ano de 2025 e viemos a saber que será na Grécia em Araxos. Até lá Tiger Tiger Tiger

Fonte: Nato Tiger Org; Fotos: FAP




















quarta-feira, 1 de outubro de 2025

EUA propõem a Portugal reforço da aliança com compra de caças F-35

A proposta norte-americana abre a porta a um debate estratégico em Portugal: modernizar a Força Aérea com caças de 5.ª geração, alinhar-se com os principais aliados da NATO e, em simultâneo, assumir os elevados custos financeiros e logísticos de um salto tecnológico desta dimensão.

A proposta americana

Na sua primeira intervenção pública em Lisboa, o embaixador dos Estados Unidos, John Arrigo, foi claro: a aquisição do F-35 Lightning II por Portugal representaria um reforço decisivo da aliança bilateral e um passo lógico no estreitamento das relações de defesa no quadro da NATO.

“A nossa amizade baseia-se na história, na confiança e num sacrifício partilhado”, sublinhou Arrigo, apontando que uma cooperação mais estreita em matéria de defesa só pode ser sustentada por equipamentos modernos e plenamente interoperáveis com os dos principais aliados.

A sugestão surge num momento em que Portugal enfrenta a necessidade de planear o futuro substituto da frota de F-16AM/BM, atualmente em serviço na Força Aérea.

O que é o F-35

O F-35 Lightning II, desenvolvido pela Lockheed Martin, é o primeiro caça de 5.ª geração amplamente adotado no espaço euro-atlântico. Caracteriza-se por:

  • Baixa assinatura radar (stealth), que dificulta a deteção por sistemas inimigos.
  • Sensores avançados (radar AESA, Distributed Aperture System, EOTS) que oferecem uma consciência situacional inédita aos pilotos.
  • Multifuncionalidade, capaz de executar missões de superioridade aérea, ataque ao solo, reconhecimento e guerra eletrónica.
  • Integração em rede, permitindo partilhar dados em tempo real com outras plataformas aéreas, navais e terrestres da NATO.

Existem três variantes: F-35A (descolagem convencional, a mais usada), F-35B (descolagem curta e aterragem vertical) e F-35C (otimizado para porta-aviões).

Quem já opera e quem vai operar

Atualmente, cerca de 20 países já operam ou encomendaram o F-35. Entre os utilizadores mais avançados estão os Estados Unidos, Reino Unido, Itália, Holanda, Noruega, Dinamarca, Israel, Japão, Coreia do Sul e Austrália.

Nos próximos anos, Alemanha, Finlândia, Suíça, Polónia e República Checa irão receber as suas primeiras unidades, enquanto Grécia e Roménia estão a ultimar acordos de aquisição.

Este movimento está a transformar o F-35 no padrão de facto da NATO e de aliados próximos dos EUA, tornando-se a espinha dorsal da aviação de combate ocidental até meados do século.

O desafio para Portugal

Se Portugal optar pelo F-35, ganhará acesso a um dos sistemas de armas mais avançados do mundo, mas também enfrentará desafios significativos:

  • Custos elevados: cada aparelho ronda os 80 a 100 milhões de euros, a que se somam manutenção, treino e infraestruturas.
  • Dependência tecnológica: a operação do F-35 implica alinhamento com cadeias logísticas norte-americanas e protocolos específicos.
  • Integração estratégica: em contrapartida, Portugal ficaria plenamente interoperável com a esmagadora maioria dos aliados europeus da NATO, garantindo relevância em operações conjuntas.

 

Mais do que uma compra, uma decisão estratégica

A proposta americana não é apenas uma questão de armamento, mas sim de geopolítica e de posicionamento estratégico. Ao lado de países que já se comprometeram com o F-35, Portugal teria de avaliar se está disposto a investir na sua modernização tecnológica e a reforçar o papel que desempenha dentro da NATO — em particular no Atlântico, área vital para os EUA e onde o país tem responsabilidades únicas.

 

Num momento em que a segurança europeia volta a estar em destaque, a eventual aquisição de F-35 poderá definir a próxima geração da defesa aérea nacional e marcar um novo capítulo na relação luso-americana.

Fonte: DN