sábado, 28 de janeiro de 2017

F-16 BM 15140 - O meu episódio real 9 anos depois



28 de Janeiro será sempre uma data que fará parte dos meus momentos inesquéciveis. Faz hoje precisamente 9 anos que eu presenciei uma ejeção num F-16 e como se isso já não bastasse, uns minutos depois estava eu a falar com o piloto, TC Pereira, então comandante da Esquadra 301. 

Um dia que também não se irá apagar do meu "disco rígido". Parecia um dia normal de spotting em Monte Real, mas ia levar uma volta de 180 graus, curiosamente também cá estava uma esquadra de F-16 Dinamarqueses, mas parecia que havia algo no ar e eu não lhes dei atenção nenhuma com a minha canon. 

Eis que de repente surge no meu horizonte a silhueta característica de um voo de teste, mais um MLU acabadinho de sair da "fábrica", o relógio marcava 13:05:17, eu estava posicionado, lateralmente, na zona da rotação favorável ao sol, em que o F-16 sobe á vertical em full afterburn. Disparei continuamente tentando enquadrar o avião no máximo zoom, canja para quem já está habituado a estas andanças eh eh eh. 

É um momento muito rápido, dada a velocidade o avião desaparece logo, fiquem a saber que demora tanto como um estalar de dedos. Até aqui tudo normal, segui para um almoço em 10 minutos, voltei ao local para tentar fotografar o close do touch and go, seguido da passagem tradicional pelo hangar da Doca 4, que significa que o avião está operacional. 

Mas desta vez ia ser diferente, comecei a ouvir um ruído de motor mas em vez de ser o habitual som, não, não era, era bem diferente, como se estivessem a dar e a tirar potencia ao motor. Eu estava no topo norte e o 15140 vinha na final da 01, nessa fase inicial eu não tenho visibilidade do avião, devidos aos pinheiros, e quando o vejo, está desalinhado com a pista 01 a direcionar-se para o lado direito da Base. 

Pensei, mas que raio de manobras são aquelas? Longe de mim de pensar numa falha, o F-16 tanto ficava na horizontal como de repente se colocava na vertical (ou quase), já vi dezenas de demos de F-16, mas aquilo não se parecia com nada. Para se situarem, a trajetória do avião, partindo da final da 01, começou a voltar á direita, numa trajetória inconstante, devido á falta de controlo que se notava e descreveu +- uma volta a 270 graus a subir ligeiramente, ficando direcionado para o mar, por cima das povoações do Casal Novo/Coucinheira, toda esta manobra foi efetuada por cima das povoações, eu estaria a uns 4/5 Km e como era longe, utilizei o zoom da maquina para ver melhor, foi então que vi uma explosão no cockpit, a canopy a saltar e numa fração de segundos a ejeção do piloto 13:43:05.


Naquele momento disparei a máquina mas estava em off e gesto de a ligar, não deu para captar esse momento. 9 segundos depois o avião já não estava a voar e havia um para-quedas no ar. A minha leitura do momento foi esta, um ato de bravura do piloto atendendo a: avião fora de controlo, por cima de povoações, ejeção e avião caiu no pinhal e nenhuma fatalidade. Estava um pouco nervoso, tinha acabado de ver uma ejeção, não estava ainda a acreditar, parecia um filme, mas era a realidade. 

De seguida tomei a decisão, errada, de tentar dar com o local, mas como a estrada já estava cortada pelos militares (junto do portão em que entramos na BA5 para os spotterday), voltei logo para trás e qual não é o meu espanto quando na estrada principal, +- na zona em frente á pista 01, vejo uma pessoa com fato de voo e capacete na mão. 

Parei o carro e como conhecia o TC Pereira de idas à Esquadra, fui cumprimentá-lo, lembro-me de ter dito que aquele não era o local mais indicado que eu o gostaria de cumprimentar, mas ainda bem que o estava a fazer naquele momento, era muito bom sinal. Eu é que estava mais nervoso, porque ainda não acreditava no que tinha presenciado. 

Claro que entreguei as fotos á Força Aérea, uns dias mais tarde na Esquadra 301 e face ao compromisso assumido documento esta história apenas com uma foto, apenas a mais bonita. Ah! E relembro a minha leitura deste momento que testemunhei, acto de bravura, é que semanas mais tarde li na revista Mais Alto a condecoração do TC Pereira pelo seu bravo desempenho neste episódio que marcará para sempre a vida de qualquer ser humano. Um abraço ao Skipper e ao resto do pessoal, mantenham-se por aqui, ok? Jorge Ruivo.
















































































28 de Janeiro será sempre uma data que fará parte dos meus momentos inesquéciveis. Faz hoje precisamente 9 anos que eu presenciei uma ejeção num F-16 e como se isso já não bastasse, uns minutos depois estava eu a falar com o piloto, TC Pereira, então comandante da Esquadra 301. 

Um dia que também não se irá apagar do meu "disco rígido". Parecia um dia normal de spotting em Monte Real, mas ia levar uma volta de 180 graus, curiosamente também cá estava uma esquadra de F-16 Dinamarqueses, mas parecia que havia algo no ar e eu não lhes dei atenção nenhuma com a minha canon. 

Eis que de repente surge no meu horizonte a silhueta característica de um voo de teste, mais um MLU acabadinho de sair da "fábrica", o relógio marcava 13:05:17, eu estava posicionado, lateralmente, na zona da rotação favorável ao sol, em que o F-16 sobe á vertical em full afterburn. Disparei continuamente tentando enquadrar o avião no máximo zoom, canja para quem já está habituado a estas andanças eh eh eh. 

É um momento muito rápido, dada a velocidade o avião desaparece logo, fiquem a saber que demora tanto como um estalar de dedos. Até aqui tudo normal, segui para um almoço em 10 minutos, voltei ao local para tentar fotografar o close do touch and go, seguido da passagem tradicional pelo hangar da Doca 4, que significa que o avião está operacional. 

Mas desta vez ia ser diferente, comecei a ouvir um ruído de motor mas em vez de ser o habitual som, não, não era, era bem diferente, como se estivessem a dar e a tirar potencia ao motor. Eu estava no topo norte e o 15140 vinha na final da 01, nessa fase inicial eu não tenho visibilidade do avião, devidos aos pinheiros, e quando o vejo, está desalinhado com a pista 01 a direcionar-se para o lado direito da Base. 

Pensei, mas que raio de manobras são aquelas? Longe de mim de pensar numa falha, o F-16 tanto ficava na horizontal como de repente se colocava na vertical (ou quase), já vi dezenas de demos de F-16, mas aquilo não se parecia com nada. Para se situarem, a trajetória do avião, partindo da final da 01, começou a voltar á direita, numa trajetória inconstante, devido á falta de controlo que se notava e descreveu +- uma volta a 270 graus a subir ligeiramente, ficando direcionado para o mar, por cima das povoações do Casal Novo/Coucinheira, toda esta manobra foi efetuada por cima das povoações, eu estaria a uns 4/5 Km e como era longe, utilizei o zoom da maquina para ver melhor, foi então que vi uma explosão no cockpit, a canopy a saltar e numa fração de segundos a ejeção do piloto 13:43:05.


Naquele momento disparei a máquina mas estava em off e gesto de a ligar, não deu para captar esse momento. 9 segundos depois o avião já não estava a voar e havia um para-quedas no ar. A minha leitura do momento foi esta, um ato de bravura do piloto atendendo a: avião fora de controlo, por cima de povoações, ejeção e avião caiu no pinhal e nenhuma fatalidade. Estava um pouco nervoso, tinha acabado de ver uma ejeção, não estava ainda a acreditar, parecia um filme, mas era a realidade. 

De seguida tomei a decisão, errada, de tentar dar com o local, mas como a estrada já estava cortada pelos militares (junto do portão em que entramos na BA5 para os spotterday), voltei logo para trás e qual não é o meu espanto quando na estrada principal, +- na zona em frente á pista 01, vejo uma pessoa com fato de voo e capacete na mão. 

Parei o carro e como conhecia o TC Pereira de idas à Esquadra, fui cumprimentá-lo, lembro-me de ter dito que aquele não era o local mais indicado que eu o gostaria de cumprimentar, mas ainda bem que o estava a fazer naquele momento, era muito bom sinal. Eu é que estava mais nervoso, porque ainda não acreditava no que tinha presenciado. 

Claro que entreguei as fotos á Força Aérea, uns dias mais tarde na Esquadra 301 e face ao compromisso assumido documento esta história apenas com uma foto, apenas a mais bonita. Ah! E relembro a minha leitura deste momento que testemunhei, acto de bravura, é que semanas mais tarde li na revista Mais Alto a condecoração do TC Pereira pelo seu bravo desempenho neste episódio que marcará para sempre a vida de qualquer ser humano. Um abraço ao Skipper e ao resto do pessoal, mantenham-se por aqui, ok? Jorge Ruivo.














































































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