Portugal vai acolher uma nova unidade industrial da Embraer destinada à produção do avião A-29N Super Tucano, na sequência de um anúncio feito pelo Ministério da Defesa Nacional. A iniciativa resulta de uma carta de intenção assinada entre o Governo português e o construtor aeronáutico brasileiro, enquadrada no programa de aquisição, pela Força Aérea Portuguesa (FAP), de 12 aeronaves A-29N, tornando Portugal o primeiro operador europeu desta variante adaptada aos padrões da NATO. O projeto representa um passo significativo no reforço da cooperação estratégica entre Portugal e a Embraer, que já inclui programas estruturantes como o KC-390 Millennium.
A futura fábrica deverá localizar-se em Beja, tirando partido das infraestruturas existentes no Aeroporto de Beja, e tem como objetivo não apenas responder às necessidades nacionais, mas também posicionar Portugal como um polo europeu para a produção e eventual exportação do A-29N Super Tucano. O Governo sublinha que esta aposta vai além da simples aquisição de aeronaves, procurando integrar a indústria nacional na cadeia de valor da defesa, criar emprego altamente qualificado e reforçar a autonomia industrial no setor aeronáutico militar, com relevância também no contexto da NATO.
O A-29N Super Tucano é uma versão específica do conhecido A-29, desenvolvida para cumprir requisitos e certificações da Aliança Atlântica. Trata-se de uma aeronave turboélice de ataque leve e treino avançado, equipada com um motor Pratt & Whitney Canada PT6A-68C, capaz de atingir velocidades superiores a 500 km/h e operar em pistas curtas ou pouco preparadas. A versão “N” integra aviônicos compatíveis com a NATO, sistemas de comunicações seguras, ligação de dados, capacidade de emprego de armamento guiado e não guiado, sensores eletro-ópticos e infravermelhos, bem como aptidão para missões de treino operacional, apoio aéreo próximo, vigilância armada e operações de inteligência, vigilância e reconhecimento (ISR).
Com este projeto, Portugal reforça simultaneamente as capacidades operacionais da Força Aérea Portuguesa e o seu posicionamento estratégico no setor da defesa europeia, afirmando-se como um parceiro industrial relevante e como um centro de produção aeronáutica militar com potencial de projeção internacional.
Fotos: FAP




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