quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Vôo F-16. Um ano depois

É verdade, já passou um ano desde aquele que foi dos melhores dias alguma vez vivido por mim, e não era para menos, afinal ia concretizar aquele sonho de puto, o voar num dos melhores caças do mundo. Incrível, praticamente ainda me recordo dos passos até estar sentado no "backseat" do 15119, a chegada, ir buscar os equipamentos de voo, o briefing de segurança, o almoço que até nem foi nada leve, uma feijoada... bem, de leve é que não tem nada, certo? A explicação por alto da missão pelo comandante da aeronave, a minha preocupação na operacionalidade da máquina fotográfica,
baterias, cartões, digamos que não podia falhar nada, nem o 15119 que se "portou" á altura não registando qualquer anomalia que pudesse cancelar a minha missão. Enquanto estava no cockpit, a minha preocupação era de não ver acender nenhuma luzinha "vermelha", pelo menos sem conhecer os procedimentos e fazendo uma analogia com meu carro, luzinhas vermelhas são sinais de qualquer coisa estar a correr mal, mas pronto esses minutos passaram e lá começámos a rolar para o "last chance", onde os mecânicos fazem as últimas verificações. Curiosidade o facto de ao meu lado estar um Alphajet, piloto com capacete vermelho, fácil... Maj Videira, leader dos Asas de Portugal. Tudo ok, maravilha e seguiu-se a autorização... "cannon two, runway 01, clear to take off" , ouvir esta frase no capacete é estrondoso, muito forte mesmo, rolamos atrás do 15109 e do 15106 posicionámo-nos na parte esquerda da pista 01.
Troca de sinais entre os pilotos, tudo ok, o 06 iniciou a corrida para a descolagem em full AB, o 09 e mantendo a distancia de segurança, aí fomos nós, a sentir o "pontapé no rabo" ou seja o afterburn a accionar as libras de potencia, ficar colado á cadeira, rolar uns metros e aí estava eu, no ar, a bordo de um dos melhores caças do mundo. Pela primeira vez olhava para o meu local de spotting preferido a bordo de um F-16, como é que podia? Estaria eu a sonhar? Naquele momento, olhei para todo o lado, para a povoação, para o cockpit, para as asas do F-16, para o céu, nuvens... parecia mesmo um sonho. Assim que subimos e já por cima do mar, o piloto achou por bem testar-me com as forças G's, agora é que eu ia ver se tinha aprendido a lição do briefing, Jorge vamos manobrar com 2 G's.... fogo.... éH páH impressionante,
ficamos "pregados" á cadeira, mas 2 é fraquinho, certo pessoal? Seguiram-se 4 G's.... aí a respiração já tem de ser "by the book" ou seja, colocarmos em pratica o ensinamento, uma forte expiração e inspiração rápidas, fazer força nos músculos das pernas, do abdómen e em simultâneo tentar levantar-nos fazendo força com os músculos das ancas e rabo(apesar de estarmos amarrados), contar até três e fazer tudo de novo, este procedimento fará com que o sangue mantenha o seu fluxo em direcção ao cérebro e não desfalecemos. Depois foram os 6 G's.... aí eu estava uns 5 minutinhos a recuperar a respiração, e a meio do voo já eu tinha a minha t-shirt encharcada em água. Entretanto eu ia disparando a minha máquina, a tentar obter as fotos de sonho... mas só quando não estávamos com G's, porque aí eu não conseguia posicionar a máquina, como podem imaginar, devido ao seu peso. Missão cumprida e terminada, seguiu-se a recuperação para Monte Real, aí comecei a mentalizar-me que estava a acabar este "filme espectacular"... mas houve ainda tempo (talvez seja mais, combustível) para treinar um low-approach com um close, manobra que eu tanto gosto de fotografar, com os pés nos chão, claro. 1 hora e 51 minutos de voo, chegar a 8.4 G's, emagrecer uns 3 kilitos... bem, foi estrondoso, realmente um dia daqueles que ficam bem marcados em nós, depois do voo seguiram-se umas mini's para recuperar, sentia-me um pouco desidratado, cheio de sede eh eh eh. Acho que me estou a alongar, como podem ler, este dia está mesmo bem gravado no meu "disco rígido". Os meus agradecimentos vão directos para a Esquadra 201 Falcões, por me permitirem concretizar este sonho por 1 dia, à Força Aérea Portuguesa pela permissão de me integrarem numa missão militar e aos meus amigos que me fotografaram e sem eles não era possível este testemunho fotográfico. Desta vez as fotos são aqui do menino, do 15119, que para mim são as melhores que há, só porque, sou eu que vou no backseat, estava um dia bastante escuro, ameaçava chover, ora bem, o habitual, afinal não é à toa que me chamam Jorge "Nuvem Negra" Ruivo. E para terminar, mais uma vez, refiro que foi bonito ver os meus pais do outro lado da rede quando o 19 rolava para o shelter, o obrigado ao Marcos Figueiredo, ao Álvaro Gonçalves e ao Bruno pelas fotos que me tiraram, neste dia que será para sempre recordado com um dos melhores que já vivi. Ah! de registar também o facto dos meus filhos, um ter visto F-16's a passar e o outro ter visto os rastos brancos no céu, o que foi também bonito quando cheguei a casa e me abordaram. Bem este post está mesmo longo, acho que alguns de vós até já adormeceram antes de chegar ao fim, ou morreram mesmo de fome se começaram a ler antes da refeição. Por isso fiquem bem. Jorge Ruivo. Desculpem lá, mas esta é a minha religião, ok?
É verdade, já passou um ano desde aquele que foi dos melhores dias alguma vez vivido por mim, e não era para menos, afinal ia concretizar aquele sonho de puto, o voar num dos melhores caças do mundo. Incrível, praticamente ainda me recordo dos passos até estar sentado no "backseat" do 15119, a chegada, ir buscar os equipamentos de voo, o briefing de segurança, o almoço que até nem foi nada leve, uma feijoada... bem, de leve é que não tem nada, certo? A explicação por alto da missão pelo comandante da aeronave, a minha preocupação na operacionalidade da máquina fotográfica,
baterias, cartões, digamos que não podia falhar nada, nem o 15119 que se "portou" á altura não registando qualquer anomalia que pudesse cancelar a minha missão. Enquanto estava no cockpit, a minha preocupação era de não ver acender nenhuma luzinha "vermelha", pelo menos sem conhecer os procedimentos e fazendo uma analogia com meu carro, luzinhas vermelhas são sinais de qualquer coisa estar a correr mal, mas pronto esses minutos passaram e lá começámos a rolar para o "last chance", onde os mecânicos fazem as últimas verificações. Curiosidade o facto de ao meu lado estar um Alphajet, piloto com capacete vermelho, fácil... Maj Videira, leader dos Asas de Portugal. Tudo ok, maravilha e seguiu-se a autorização... "cannon two, runway 01, clear to take off" , ouvir esta frase no capacete é estrondoso, muito forte mesmo, rolamos atrás do 15109 e do 15106 posicionámo-nos na parte esquerda da pista 01.
Troca de sinais entre os pilotos, tudo ok, o 06 iniciou a corrida para a descolagem em full AB, o 09 e mantendo a distancia de segurança, aí fomos nós, a sentir o "pontapé no rabo" ou seja o afterburn a accionar as libras de potencia, ficar colado á cadeira, rolar uns metros e aí estava eu, no ar, a bordo de um dos melhores caças do mundo. Pela primeira vez olhava para o meu local de spotting preferido a bordo de um F-16, como é que podia? Estaria eu a sonhar? Naquele momento, olhei para todo o lado, para a povoação, para o cockpit, para as asas do F-16, para o céu, nuvens... parecia mesmo um sonho. Assim que subimos e já por cima do mar, o piloto achou por bem testar-me com as forças G's, agora é que eu ia ver se tinha aprendido a lição do briefing, Jorge vamos manobrar com 2 G's.... fogo.... éH páH impressionante,
ficamos "pregados" á cadeira, mas 2 é fraquinho, certo pessoal? Seguiram-se 4 G's.... aí a respiração já tem de ser "by the book" ou seja, colocarmos em pratica o ensinamento, uma forte expiração e inspiração rápidas, fazer força nos músculos das pernas, do abdómen e em simultâneo tentar levantar-nos fazendo força com os músculos das ancas e rabo(apesar de estarmos amarrados), contar até três e fazer tudo de novo, este procedimento fará com que o sangue mantenha o seu fluxo em direcção ao cérebro e não desfalecemos. Depois foram os 6 G's.... aí eu estava uns 5 minutinhos a recuperar a respiração, e a meio do voo já eu tinha a minha t-shirt encharcada em água. Entretanto eu ia disparando a minha máquina, a tentar obter as fotos de sonho... mas só quando não estávamos com G's, porque aí eu não conseguia posicionar a máquina, como podem imaginar, devido ao seu peso. Missão cumprida e terminada, seguiu-se a recuperação para Monte Real, aí comecei a mentalizar-me que estava a acabar este "filme espectacular"... mas houve ainda tempo (talvez seja mais, combustível) para treinar um low-approach com um close, manobra que eu tanto gosto de fotografar, com os pés nos chão, claro. 1 hora e 51 minutos de voo, chegar a 8.4 G's, emagrecer uns 3 kilitos... bem, foi estrondoso, realmente um dia daqueles que ficam bem marcados em nós, depois do voo seguiram-se umas mini's para recuperar, sentia-me um pouco desidratado, cheio de sede eh eh eh. Acho que me estou a alongar, como podem ler, este dia está mesmo bem gravado no meu "disco rígido". Os meus agradecimentos vão directos para a Esquadra 201 Falcões, por me permitirem concretizar este sonho por 1 dia, à Força Aérea Portuguesa pela permissão de me integrarem numa missão militar e aos meus amigos que me fotografaram e sem eles não era possível este testemunho fotográfico. Desta vez as fotos são aqui do menino, do 15119, que para mim são as melhores que há, só porque, sou eu que vou no backseat, estava um dia bastante escuro, ameaçava chover, ora bem, o habitual, afinal não é à toa que me chamam Jorge "Nuvem Negra" Ruivo. E para terminar, mais uma vez, refiro que foi bonito ver os meus pais do outro lado da rede quando o 19 rolava para o shelter, o obrigado ao Marcos Figueiredo, ao Álvaro Gonçalves e ao Bruno pelas fotos que me tiraram, neste dia que será para sempre recordado com um dos melhores que já vivi. Ah! de registar também o facto dos meus filhos, um ter visto F-16's a passar e o outro ter visto os rastos brancos no céu, o que foi também bonito quando cheguei a casa e me abordaram. Bem este post está mesmo longo, acho que alguns de vós até já adormeceram antes de chegar ao fim, ou morreram mesmo de fome se começaram a ler antes da refeição. Por isso fiquem bem. Jorge Ruivo. Desculpem lá, mas esta é a minha religião, ok?

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Rotores de Portugal

Rotores de Portugal. Outra das minhas patrulhas preferidas e depois de referir os Asas de Portugal, também teria de haver uma referencia aqui a esta magnifica esquadrilha acrobática da Força Aerea Portuguesa. O primeiro contacto que tive foi por via da revista Mais Alto quando num numero de 1981 fez referencia nas páginas centrais dando-me assim
a conhecer a sua existência, na altura baseada na Ota. O festival aéreo onde vi pela primeira uma demo foi em Sintra no aniversário da Força Aérea em 1992, com 2 helis e posteriormente no Montijo em 1994 com 3 helis. Como esta paixão da fotografia ficou mais intensa com a "era digital", foi em Aveiro, mais propriamente na Barra que voltei a fotografá-los durante mais um aniversário Fap em 2005 e de seguida em Évora no Portugal Air Show. Das diversas Demos que presenciei saliento as 3 internacionais no Aire 06, Vigo 07 e 08, por cá foram várias, mas destacaria a última no Porto, durante o Red Bull deste ano. Apresentação em Sintra, Portimão, novamente Sintra no spotterday da FAP e no Porto durante o Red Bull, foram as demos que fotografei neste ano de 2009, acabando em Beja na Festa dos Helicopteros onde a Esquadra 552 tem homenageado todos os anos uma esquadra antiga dos Allouette III com especial incidência para as que operaram no Ultramar. Não queria terminar sem referir o prestigio dos Rotores junto da comunidade spotter nacional e internacional e ainda um agradecimento ao meu amigo Ricardo Nunes por ser um elo forte de ligação com a Esquadra 552. Fiquem bem. Jorge Ruivo. Ah! E o agradecimento ao Miguel Amaral pela foto com os Rotores.
Rotores de Portugal. Outra das minhas patrulhas preferidas e depois de referir os Asas de Portugal, também teria de haver uma referencia aqui a esta magnifica esquadrilha acrobática da Força Aerea Portuguesa. O primeiro contacto que tive foi por via da revista Mais Alto quando num numero de 1981 fez referencia nas páginas centrais dando-me assim
a conhecer a sua existência, na altura baseada na Ota. O festival aéreo onde vi pela primeira uma demo foi em Sintra no aniversário da Força Aérea em 1992, com 2 helis e posteriormente no Montijo em 1994 com 3 helis. Como esta paixão da fotografia ficou mais intensa com a "era digital", foi em Aveiro, mais propriamente na Barra que voltei a fotografá-los durante mais um aniversário Fap em 2005 e de seguida em Évora no Portugal Air Show. Das diversas Demos que presenciei saliento as 3 internacionais no Aire 06, Vigo 07 e 08, por cá foram várias, mas destacaria a última no Porto, durante o Red Bull deste ano. Apresentação em Sintra, Portimão, novamente Sintra no spotterday da FAP e no Porto durante o Red Bull, foram as demos que fotografei neste ano de 2009, acabando em Beja na Festa dos Helicopteros onde a Esquadra 552 tem homenageado todos os anos uma esquadra antiga dos Allouette III com especial incidência para as que operaram no Ultramar. Não queria terminar sem referir o prestigio dos Rotores junto da comunidade spotter nacional e internacional e ainda um agradecimento ao meu amigo Ricardo Nunes por ser um elo forte de ligação com a Esquadra 552. Fiquem bem. Jorge Ruivo. Ah! E o agradecimento ao Miguel Amaral pela foto com os Rotores.