A Força Aérea Portuguesa (FAP) recebeu a 17 de dezembro de 2025 os seus primeiros aviões A‑29N Super Tucano numa cerimónia realizada nas instalações da OGMA – Indústria Aeronáutica de Portugal, em Alverca do Ribatejo, que contou com a presença do Ministro da Defesa Nacional, Nuno Melo, e do Chefe do Estado‑Maior da Força Aérea, General João Cartaxo Alves, marcando um passo significativo na modernização das capacidades aéreas nacionais e reforçando a cooperação estratégica com a fabricante brasileira Embraer.
Os cinco primeiros A‑29N entregues, registados com os números de cauda 25301, 25302, 25303, 25304 e 25305, fazem parte de um contrato para a aquisição de 12 aeronaves e realizaram dois voos transatlânticos desde o Brasil até Portugal: o primeiro, entre 25 e 31 de agosto de 2025, trouxe três unidades com escalas técnicas em Recife, Fernando de Noronha, Cabo Verde e Ilhas Canárias até às OGMA, e o segundo, entre 6 e 8 de novembro de 2025, transportou as duas restantes aeronaves com escolta de um P‑3C Orion da Esquadra 601 “Lobos” da FAP, concluindo a chegada do lote inicial para adaptação e integração de sistemas compatíveis com a NATO antes da entrada ao serviço.
O A‑29N Super Tucano, desenvolvido pela Embraer, é uma aeronave turbo propulsora de missão múltipla concebida tanto para treino avançado de pilotos como para apoio aéreo próximo (CAS), vigilância armada e outras tarefas operacionais. Dotado de um motor Pratt & Whitney Canada PT6A‑68C, a aeronave atinge velocidades de cerca de 590 km/h, tem um alcance na ordem dos 1 300 km e um teto de serviço próximo dos 35 000 ft, sendo capaz de operar em pistas preparadas e não preparadas com elevada eficiência logística. Com capacidade para transportar até cerca de 1 500 kg de carga em vários pontos de suspensão, o A‑29N integra sistemas de aviônicos e comunicações compatíveis com os requisitos NATO, incluindo datalink tático, e pode ser equipado com sensores electro‑ópticos/IR e armamento variado conforme a missão atribuída.
Portugal torna‑se, com esta entrega, o primeiro operador europeu da variante A‑29N configurada para padrões NATO, posicionando‑se como um ator relevante no contexto europeu e aliado. A introdução destes aviões permite à Força Aérea recuperar capacidades que estiveram ausentes desde a retirada dos Alpha Jet, ao mesmo tempo que reforça a sua interoperabilidade em operações conjuntas e combinadas, bem como a formação avançada de pilotos, em particular na Esquadra 101 “Roncos”, tradicionalmente responsável pelo treino avançado e operação de aeronaves de ataque ligeiro, esquadra essa que vai receber os primeiros cinco A‑29N.
Esta entrega representa também um marco para a indústria aeronáutica nacional, com a OGMA a desempenhar um papel central na adaptação e integração dos sistemas NATO nos A‑29N, reforçando competências técnicas e capacidades industriais no setor da defesa em Portugal, enquanto o restante lote de aeronaves prossegue o processo de fabricação para completar a frota encomendada.
Fotos: FAP





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