Hoje, os primeiros A-29N da Força Aérea Portuguesa decolaram
da unidade da Embraer em Gavião Peixoto, Brasil, com destino à OGMA, em
Portugal, onde receberão os equipamentos necessários para operarem de acordo
com os requisitos operacionais da OTAN. A informação foi divulgada pela Embraer
nas suas redes sociais e assinala um marco no programa de aquisição destas
aeronaves de treino avançado e ataque leve, que fazem parte de um contrato de
12 unidades destinadas a equipar a Força Aérea Portuguesa.
A nova geração de treino avançado e ataque leve
A versão A-29N Super Tucano foi desenvolvida especificamente
para os padrões da NATO, incorporando avionics e sistemas de última geração.
Entre as suas principais características destacam-se:
- Aviónica
avançada: comunicações V/UHF compatíveis com NATO, SATCOM, enlace de dados
Link 16, módulo DACAS (Digital Close Air Support) e transmissão de vídeo
em tempo real via ROVER.
- Autodefesa
e vigilância: sistemas de alerta radar (RWR), contramedidas (chaff/flares)
e sensor eletro-óptico para missões de ISR (Inteligência, Vigilância e
Reconhecimento).
- Poder
de fogo: duas metralhadoras M3P calibre 12,7 mm na fuselagem, além de
compatibilidade com bombas guiadas, foguetes e pods de armamento.
- Robustez
operacional: capacidade de operar em pistas curtas ou pouco preparadas,
baixa manutenção e custos de operação reduzidos.
Com estas capacidades, os A-29N portugueses assumem-se como
plataformas polivalentes, capazes de realizar treino avançado de pilotos, apoio
aéreo próximo (CAS), missões JTAC, ISR e patrulha em cenários exigentes.
Contrato e cooperação industrial
O acordo assinado em 16 de dezembro de 2024 entre Portugal e
a Embraer prevê a aquisição de 12 aeronaves A-29N Super Tucano, num
investimento global de 200 milhões de euros. O pacote contempla ainda um
simulador de voo, treino de tripulações, bens e serviços de apoio logístico.
Um dos pontos de maior relevância é o envolvimento direto da
indústria nacional, com a OGMA a assumir papel central na integração dos
sistemas e na sustentação futura da frota. O programa prevê ainda retornos
industriais estimados em 75 milhões de euros, reforçando a base tecnológica e
de defesa em território português.
Com esta aquisição, Portugal torna-se o primeiro país europeu a operar a versão A-29N, consolidando também a cooperação estratégica com a indústria aeronáutica brasileira.
Um marco para a Força Aérea
A chegada dos primeiros A-29N representa um passo decisivo
na modernização da Força Aérea Portuguesa, garantindo maior capacidade de
treino e operações de ataque ligeiro, num investimento com forte retorno
industrial e tecnológico.
Ao tornar-se pioneiro europeu na adoção do Super Tucano na
sua versão NATO, Portugal reforça a sua capacidade de interoperabilidade com os
aliados da Aliança Atlântica e abre caminho para uma nova era de cooperação no
setor aeronáutico.



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