quarta-feira, 1 de outubro de 2025

EUA propõem a Portugal reforço da aliança com compra de caças F-35

A proposta norte-americana abre a porta a um debate estratégico em Portugal: modernizar a Força Aérea com caças de 5.ª geração, alinhar-se com os principais aliados da NATO e, em simultâneo, assumir os elevados custos financeiros e logísticos de um salto tecnológico desta dimensão.

A proposta americana

Na sua primeira intervenção pública em Lisboa, o embaixador dos Estados Unidos, John Arrigo, foi claro: a aquisição do F-35 Lightning II por Portugal representaria um reforço decisivo da aliança bilateral e um passo lógico no estreitamento das relações de defesa no quadro da NATO.

“A nossa amizade baseia-se na história, na confiança e num sacrifício partilhado”, sublinhou Arrigo, apontando que uma cooperação mais estreita em matéria de defesa só pode ser sustentada por equipamentos modernos e plenamente interoperáveis com os dos principais aliados.

A sugestão surge num momento em que Portugal enfrenta a necessidade de planear o futuro substituto da frota de F-16AM/BM, atualmente em serviço na Força Aérea.

O que é o F-35

O F-35 Lightning II, desenvolvido pela Lockheed Martin, é o primeiro caça de 5.ª geração amplamente adotado no espaço euro-atlântico. Caracteriza-se por:

  • Baixa assinatura radar (stealth), que dificulta a deteção por sistemas inimigos.
  • Sensores avançados (radar AESA, Distributed Aperture System, EOTS) que oferecem uma consciência situacional inédita aos pilotos.
  • Multifuncionalidade, capaz de executar missões de superioridade aérea, ataque ao solo, reconhecimento e guerra eletrónica.
  • Integração em rede, permitindo partilhar dados em tempo real com outras plataformas aéreas, navais e terrestres da NATO.

Existem três variantes: F-35A (descolagem convencional, a mais usada), F-35B (descolagem curta e aterragem vertical) e F-35C (otimizado para porta-aviões).

Quem já opera e quem vai operar

Atualmente, cerca de 20 países já operam ou encomendaram o F-35. Entre os utilizadores mais avançados estão os Estados Unidos, Reino Unido, Itália, Holanda, Noruega, Dinamarca, Israel, Japão, Coreia do Sul e Austrália.

Nos próximos anos, Alemanha, Finlândia, Suíça, Polónia e República Checa irão receber as suas primeiras unidades, enquanto Grécia e Roménia estão a ultimar acordos de aquisição.

Este movimento está a transformar o F-35 no padrão de facto da NATO e de aliados próximos dos EUA, tornando-se a espinha dorsal da aviação de combate ocidental até meados do século.

O desafio para Portugal

Se Portugal optar pelo F-35, ganhará acesso a um dos sistemas de armas mais avançados do mundo, mas também enfrentará desafios significativos:

  • Custos elevados: cada aparelho ronda os 80 a 100 milhões de euros, a que se somam manutenção, treino e infraestruturas.
  • Dependência tecnológica: a operação do F-35 implica alinhamento com cadeias logísticas norte-americanas e protocolos específicos.
  • Integração estratégica: em contrapartida, Portugal ficaria plenamente interoperável com a esmagadora maioria dos aliados europeus da NATO, garantindo relevância em operações conjuntas.

 

Mais do que uma compra, uma decisão estratégica

A proposta americana não é apenas uma questão de armamento, mas sim de geopolítica e de posicionamento estratégico. Ao lado de países que já se comprometeram com o F-35, Portugal teria de avaliar se está disposto a investir na sua modernização tecnológica e a reforçar o papel que desempenha dentro da NATO — em particular no Atlântico, área vital para os EUA e onde o país tem responsabilidades únicas.

 

Num momento em que a segurança europeia volta a estar em destaque, a eventual aquisição de F-35 poderá definir a próxima geração da defesa aérea nacional e marcar um novo capítulo na relação luso-americana.

Fonte: DN












A proposta norte-americana abre a porta a um debate estratégico em Portugal: modernizar a Força Aérea com caças de 5.ª geração, alinhar-se com os principais aliados da NATO e, em simultâneo, assumir os elevados custos financeiros e logísticos de um salto tecnológico desta dimensão.

A proposta americana

Na sua primeira intervenção pública em Lisboa, o embaixador dos Estados Unidos, John Arrigo, foi claro: a aquisição do F-35 Lightning II por Portugal representaria um reforço decisivo da aliança bilateral e um passo lógico no estreitamento das relações de defesa no quadro da NATO.

“A nossa amizade baseia-se na história, na confiança e num sacrifício partilhado”, sublinhou Arrigo, apontando que uma cooperação mais estreita em matéria de defesa só pode ser sustentada por equipamentos modernos e plenamente interoperáveis com os dos principais aliados.

A sugestão surge num momento em que Portugal enfrenta a necessidade de planear o futuro substituto da frota de F-16AM/BM, atualmente em serviço na Força Aérea.

O que é o F-35

O F-35 Lightning II, desenvolvido pela Lockheed Martin, é o primeiro caça de 5.ª geração amplamente adotado no espaço euro-atlântico. Caracteriza-se por:

  • Baixa assinatura radar (stealth), que dificulta a deteção por sistemas inimigos.
  • Sensores avançados (radar AESA, Distributed Aperture System, EOTS) que oferecem uma consciência situacional inédita aos pilotos.
  • Multifuncionalidade, capaz de executar missões de superioridade aérea, ataque ao solo, reconhecimento e guerra eletrónica.
  • Integração em rede, permitindo partilhar dados em tempo real com outras plataformas aéreas, navais e terrestres da NATO.

Existem três variantes: F-35A (descolagem convencional, a mais usada), F-35B (descolagem curta e aterragem vertical) e F-35C (otimizado para porta-aviões).

Quem já opera e quem vai operar

Atualmente, cerca de 20 países já operam ou encomendaram o F-35. Entre os utilizadores mais avançados estão os Estados Unidos, Reino Unido, Itália, Holanda, Noruega, Dinamarca, Israel, Japão, Coreia do Sul e Austrália.

Nos próximos anos, Alemanha, Finlândia, Suíça, Polónia e República Checa irão receber as suas primeiras unidades, enquanto Grécia e Roménia estão a ultimar acordos de aquisição.

Este movimento está a transformar o F-35 no padrão de facto da NATO e de aliados próximos dos EUA, tornando-se a espinha dorsal da aviação de combate ocidental até meados do século.

O desafio para Portugal

Se Portugal optar pelo F-35, ganhará acesso a um dos sistemas de armas mais avançados do mundo, mas também enfrentará desafios significativos:

  • Custos elevados: cada aparelho ronda os 80 a 100 milhões de euros, a que se somam manutenção, treino e infraestruturas.
  • Dependência tecnológica: a operação do F-35 implica alinhamento com cadeias logísticas norte-americanas e protocolos específicos.
  • Integração estratégica: em contrapartida, Portugal ficaria plenamente interoperável com a esmagadora maioria dos aliados europeus da NATO, garantindo relevância em operações conjuntas.

 

Mais do que uma compra, uma decisão estratégica

A proposta americana não é apenas uma questão de armamento, mas sim de geopolítica e de posicionamento estratégico. Ao lado de países que já se comprometeram com o F-35, Portugal teria de avaliar se está disposto a investir na sua modernização tecnológica e a reforçar o papel que desempenha dentro da NATO — em particular no Atlântico, área vital para os EUA e onde o país tem responsabilidades únicas.

 

Num momento em que a segurança europeia volta a estar em destaque, a eventual aquisição de F-35 poderá definir a próxima geração da defesa aérea nacional e marcar um novo capítulo na relação luso-americana.

Fonte: DN












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