segunda-feira, 21 de julho de 2025

Fragata portuguesa cruza o Círculo Polar Ártico em missão da NATO

 


A fragata NRP Bartolomeu Dias, da Marinha Portuguesa, cruzou recentemente a linha do Círculo Polar Ártico (66º33’44’’ de latitude norte), no decurso da sua participação na Standing NATO Maritime Group 1 (SNMG1), uma das forças navais permanentes da NATO. Esta operação marca não só um feito operacional para a Força Naval portuguesa, como também a crescente projeção da presença aliada em regiões de elevado valor estratégico.


A tradição naval foi cumprida com a pintura da buzina de proa em cor azul pelo Comandante e pela Praça mais moderna do navio, num gesto simbólico que homenageia o espírito de missão, a disciplina e a coesão da guarnição portuguesa. 

A SNMG1 é responsável pela vigilância e resposta rápida no Atlântico Norte e nos mares do Norte e Báltico. Desde maio de 2025, a fragata portuguesa integra esta força, composta por navios de diversas nações da Aliança Atlântica, num esforço de cooperação multinacional focado em segurança marítima, proteção de infraestruturas críticas e demonstração de presença dissuasora em áreas sensíveis.



Ao longo da sua missão, a Bartolomeu Dias tem participado em diversos exercícios conjuntos, destacando-se o POLARIS 25, centrado na atuação aliada em ambientes de elevada latitude e complexidade operacional. A travessia do Círculo Polar Ártico reforça a capacidade da Marinha Portuguesa de operar em zonas tradicionalmente reservadas a marinhas com presença consolidada no Alto Norte.

“A nossa integração na SNMG1 e o cruzamento do Círculo Polar Ártico demonstram o nível de prontidão e versatilidade da Marinha Portuguesa para cumprir missões em qualquer geografia”, afirmou fonte militar, sublinhando a importância da missão para o prestígio internacional da Força Naval nacional.

A região do Ártico, em tempos vista como remota e periférica, é hoje um ponto nevrálgico do xadrez geoestratégico global. A progressiva abertura de rotas marítimas, devido à redução do gelo permanente, aliada ao interesse por recursos naturais e à crescente presença militar de potências extra-regionais, levou a NATO a reforçar a sua atenção à área.

A presença de meios aliados como a fragata portuguesa simboliza o compromisso com a estabilidade, a liberdade de navegação e a defesa do espaço euro-atlântico, incluindo os seus extremos geográficos. Esta postura tem vindo a ser reafirmada em múltiplos documentos estratégicos da Aliança, que consideram o Ártico um flanco vulnerável, mas vital.

Comandada pelo Capitão-de-fragata Elias Cagarrinho, a NRP Bartolomeu Dias transporta a bordo cerca de 175 militares. A sua missão prolonga-se até agosto, com operações previstas em águas da Noruega, Escócia, Islândia e Dinamarca.

Este é mais um contributo relevante da Marinha Portuguesa para a segurança coletiva, demonstrando não só capacidade técnica e humana, mas também alinhamento com os compromissos estratégicos de Portugal no seio da NATO.

Fonte e Fotos: CEMGFA












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